O resultado não poderia ser diferente. Os quase três mil delegados de entidades de todo o país que participaram da 13ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília, entre os dias 14 e 18 de novembro, rejeitaram o projeto das fundações estatais de direito privado em todas as plenárias da conferência.
A posição das entidades sindicais e de gestores que participaram da conferência é uma clara resposta ao modelo de saúde que o governo pretende implantar. De acordo com a secretária de Organização da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Seguridade Social (CNTSS-CUT), Miraci Mendes Astun, a conferência veio reafirmar a necessidade de se investir no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Nós devemos investir na efetivação do SUS que é o melhor modelo de saúde implantado no mundo porque não discrimina e trata todos igualmente”, ressaltou Astun.
Ainda de acordo com a secretária de Organização da CNTSS-CUT, o projeto das fundações estatais de direito privado é uma tentativa do governo de privatizar a saúde. “O resultado da conferência é, sobretudo uma resposta da sociedade dizendo que esse modelo não nos interessa”, declarou Miraci Astun.
Em entrevista o ministro da Saúde, José Gomes Temporão afirmou que o governo não abre mão do projeto das fundações estatais de direito privado. A posição do ministro recebeu duras críticas dos movimentos sindicais.
“Nós da CNTSS-CUT e todas as entidades sindicais que participaram da 13ª Conferência Nacional de Saúde, não estamos propondo negociação com o governo. Nós rejeitamos o projeto do governo. E caso o ministro da Saúde insista com o projeto significa que ele não está respeitando a deliberação da conferência com três mil delegados de todo o país”, enfatizou Astun.
O resultado da conferência nacional será encaminhado em forma de relatório para os delegados municipais e estaduais. “Esta conferência teve um papel extremamente importante para apontar novos caminhos para a saúde”, declarou a secretária de Organização da CNTSS-CUT.
Entre as deliberações da conferência estão o investimento na medicina preventiva. Pelo menos duas conferências já foram aprovadas para as instâncias municipal e estadual: conferência de saúde bucal e mental.
Também foram discutidos: o financiamento da emenda 29 e o controle social por meio dos conselhos municipais e estaduais.
Por: CNTSS/CUT
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