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22/11/2006 - Previsões corretas em TI: um ponto a favor dos negócios
Fonte: ComputerWorld - SP

Professor da universidade de Dublin, na Irlanda, aponta os fatores-chave para aumentar as chances de acerto das previsões na área de TI.

Por Camila Fusco,
do COMPUTERWORLD
19 de setembro de 2006 - 08h33

“De três a oito anos, nós teremos uma máquina com a inteligência de um ser humano comum. Digo uma máquina que será capaz de ler Shakespeare, encerar um carro, executar as políticas corporativas, contar piadas, brigar. Naquele ponto, a máquina começará a se educar a uma velocidade fantástica. Em alguns meses, atingirá um nível genial e, tempos depois disso, seu poder será incalculável.”

Essa previsão teria tudo para ter saído de um filme de ficção científica, desses em que sociedades são controladas por ciborgues e computadores são capazes de gerenciar tudo aquilo que a imaginação humana pode considerar. Mas na realidade, quem pronunciou a célebre profecia não estava falando em ficção ou era leigo n o assunto. Pelo contrário: tinha suas palavras baseadas em anos de estudo, mestrado, doutorado. Era nada menos do que o professor Marvin Minsky, reconhecido nome do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Mas o que deu errado na previsão, feita há mais de 25 anos? Foi para discutir esse tema, “o que ainda dá errado ao se prever o futuro da TI”, que o professor Frank Bannister, da irlandesa Trinity College, convocou os participantes do Congresso Anual de Tecnologia da Informação (CATI-2006) – evento promovido pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Eaesp-FGV) na última de semana de julho – a refletir sobre quais têm sido os principais enganos cometidos pelos executivos atualmente na tentativa de descobrir as demandas futuras por novas tecnologias.

De acordo com Bannister, apesar de a realidade das sociedades ter mudado muito desde a época do professor Marvin Minsky, ainda restam diversos elementos característicos daque la época na maneira como os pesquisadores e até as próprias empresas baseiam suas projeções. E isso tem colocado cada vez mais em risco operações e a continuidade dos negócios. “Da mesma maneira como no passado, continuamos vendo bons projetos darem errado porque, em algum momento, alguém não considerou variáveis importantes e decisivas nas projeções do futuro”, aponta.

Mas como identificar os enganos?

Em sua tese, o professor considera que são dois os principais erros nas previsões de TI atualmente, um relacionado à própria tecnologia e outro que inclui a aceitação dos consumidores ou usuários sobre essa nova proposta. “No primeiro caso, são comuns previsões que nunca acontecem e que se realizam, mas interferem na ocorrência de outras ou não em um período de tempo adequado”, ressalta. Já nos erros de aceitação dois são os principais problemas: a previsão do nível de aprovação por parte dos usuários está superestimada ou subestimada.

Além desses fatores, que para o professor não são tão óbvios quanto parecem, existem outros motivos que contribuem para os erros. “Existem falhas notáveis no entendimento das dinâmicas do mercado e das organizações. Em alguns casos são subestimadas as complexidades e há até a confusão da racionalidade com a lógica”, aponta.

Para aqueles que podem achar que tais interferências não fazem muita diferença em seu dia-a-dia corporativo, Bannister faz um alerta. Projeções ou previsões feitas corretamente podem ser decisivas para o sucesso ou fracasso de uma companhia em relação aos esforços de lançar uma nova tecnologia. Para isso, o especialista traçou um guia básico sobre quais pilares devem ser levados em consideração no momento de elaborar previsões sobre o mercado futuro de TI. São eles:

1) Considere o básico da ciência e tecnologia. Neste aspecto estão incluídos fatores como compreender as ciências e as tecnologias básicas. Considerar o tempo de entrega do laboratório ao protótipo, do protótipo à produção e os problemas de escala que podem acontecer – como produção e suporte – são essenciais para uma previsão bem feita. Aprenda com as experiências reais.

2) Avalie o comportamento da organização e da sociedade. Compreender fatores como inércia, propensão ou resistência a mudanças e normas sociais são essenciais, assim como fatores de influência e o contexto. As avaliações de estilos de vida e moda podem parecer superficiais, mas não são quando se leva em conta o cenário futuro de TI.

3) Entenda as necessidades das pessoas. Leve em consideração fatores que afetam ou conduzem os comportamentos individuais. Além disso, considere fatores como utilidade, facilidade de uso, curvas de aprendizado, normas sociais, voluntariado, além de poder, controle, criatividade e status.

4) Mais do que tudo, entenda os negócios. Fatores críticos como visão estratégica, momento, habilidade de colocar em prática e recursos de execução são cruciais, além da avaliação das necessidades atuais e futuras do mercado.

Uma projeção que leva em conta tais fatores amplia as chances das fabricantes de equipamentos, desenvolvedores de softwares ou mesmo empresas prestadoras de serviços em TI de conhecer a realidade futura do mercado em um grau mais verossímil. Diante disso, maiores são as chances de investir em projetos com boas perspectivas de aceitação.

“Às vezes me perguntam: ‘Por que algumas tecnologias têm sucesso?’ Eu respondo: ‘Elas têm momento e massa crítica, aproveitaram o tempo certo de serem lançadas e atendem a reais necessidades de mercado?’”, conta o professor. Como exemplos típicos bem planejados no passado, ele aponta os mainframes, o processamento de texto, as planilhas, a tecnologia wireless e os próprios telefones móveis.

De acordo com Bannister, a fórmula está dada – e é simples.




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