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25/05/2006 - Vínculo pessoal com o trabalho é arriscado

Numa análise superficial, os programas de benefícios com foco nas famílias parecem só apresentar vantagens, tanto para empresas quanto para funcionários. Um exame mais aprofundado, no entanto, chama a atenção para alguns fatores que podem gerar problemas para ambas as partes, ressaltam os especialistas.

Um deles é a pressão que a família exerce sobre o funcionário. "Ao fortificar o vínculo entre as partes, a empresa ganha um aliado, que é a família do profissional. Ela se torna solidária com a empresa e passa a influenciar o desempenho do profissional, seja no sentido de manter os benefícios, seja no de ganhar outros, como prêmios", afirma o professor Ricardo Antunes, da Unicamp.

A supercompetição é outro ponto destacado pelos estudiosos. Segundo o professor de recursos humanos da PUC-SP Jean Pierre Marras, ações como essa fomentam a competitividade interna e o individualismo, podendo causar conflitos de relacionamento. "O funcionário tende a ficar mais egoísta, pois precisa obter resultados superiores aos dos colegas para ganhar o prêmio", explica.

O vice-presidente de produção da Liberty Paulista, Matias Ávila, contesta essa visão. Para ele, a competição gerada pela busca do prêmio é saudável: "Os funcionários e corretores sentem-se motivados para conquistar negócios".

Apesar de sua mulher ter passado a cobrar pelos resultados do trabalho, o diretor de produtos da seguradora, Paulo Tadeu Umeki, que ganhou uma viagem internacional para o casal ao superar metas, concorda e diz acreditar que não há motivo para conflitos. "Devo parte da conquista a minha mulher, que torceu bastante. Em casa, eu falava muito de trabalho e ela sempre me incentivava", diz.

Órfãos da empresa

De acordo com o psicólogo organizacional Sigmar Malvezzi, ações que envolvem a família tendem a ampliar o vínculo do profissional com a empresa e uma ruptura abrupta desse laço -como uma demissão- gera diversos problemas de saúde, como depressão e baixa auto-estima. "Os dados em relação a essas situações são alarmantes. As pessoas desenvolvem depressão e reprimem sua manifestação", diz.

O apego sentimental à empresa também pode prejudicar a carreira do profissional. Alguns deixam de considerar boas oportunidades de crescimento por medo de perder o contato com os colegas e os benefícios da empresa.
"Sabemos que a atitude paternalista tem esse ponto negativo. Por isso, para evitar o comodismo, cobramos bom desempenho dos funcionários", afirma a diretora de recursos humanos da Redecard, Simone Afhcar. "Já houve casos de funcionários que tiveram de ser desligados por apresentar desempenho abaixo do esperado e em que foi necessário dar apoio psicológico para que não entrassem em depressão", exemplifica.

Fonte: Folha de S. Paulo

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