Cansados do descumprimento dos prazos de pagamentos como vale-transporte e tíquete-alimentação, cerca de 40 terceirizados do Banco do Brasil (BB) protestaram ontem em frente à sede da instituição, no Setor Bancário Sul. Os funcionários alegam que, desde outubro de 2008, quando a empresa GVB Serviços, Limpeza e Conservação assumiu o contrato de terceirização para a área de limpeza, não tiram férias nem recebem benefícios em dia.
Os trabalhadores relatam ainda que, embora seja descontada mensalmente no contracheque, a contribuição previdenciária não é repassada ao governo. E o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) não é depositado. Em busca de uma solução, 57% dos trabalhadores do setor, de um total de 150, estão de braços cruzados desde segunda-feira. Eles prometem só voltar ao trabalho quando os problemas com a empresa GVB forem resolvidos.
Segundo um funcionário, todos os que participam da greve foram ameaçados de demissão. “Disseram que não vamos mais colocar os pés lá dentro. Durante a manifestação não pudemos entrar nem mesmo para usar o banheiro”, disse. Antônio de Pádua, diretor de políticas sindicais do Sindiserviços, que representa a categoria, afirmou que a paralisação tem respaldo da entidade. “Nossa convenção coletiva determina que os benefícios sejam pagos todos de uma vez, e não de forma picada”, explicou.
Justificativa
O gestor do contrato por parte da empresa GVB, Welbert Nascimento, negou as acusações. Ele informou que a firma paga, rigorosamente em dia, salários, vale-transporte, tíquete-alimentação e contribuições previdenciárias. Contudo, após pagar benefícios de março e abril, a GVB teve de interromper repasses porque não havia recebido o dinheiro do BB. “O pagamento do mês terminou em 24 de abril. Para não deixarmos os empregados sem condições de vir ao trabalho,
repassamos cinco dias separadamente. Apresentamos os documentos pedidos pelo banco para liberarem o faturamento. Estamos aguardando”, afirmou.
Nascimento disse que a empresa contratou, temporariamente, 50 pessoas para não deixar o banco sujo. “Mas não vai haver demissões”, garantiu. A GVB recebe R$ 239,4 mil mensalmente para realizar limpeza nos edifícios sede I, II e III do BB.
A instituição informa que está ciente dos problemas e que, apesar de ter encaminhado notificações à GVB, não recebeu respostas. “Na forma da legislação específica, foi instaurado processo administrativo para a rescisão do contrato, bem como para a aplicação de penalidades previstas, o que pode, inclusive, resultar na suspensão temporária da empresa em estabelecer contrato com o Banco do Brasil”, acrescentou o banco, em nota. (CB)
Fonte: Correio Braziliense. |