Os investimentos, de US$ 12 bilhões, serão feitos pela Foxconn, montadora de produtos eletrônicos para marcas como Apple e Sony, e que já tem fábricas no país.
As notícias que circulam desde a semana passada na mídia chinesa e em agências internacionais, segundo as quais a Apple estava considerando a fabricação de seus produtos no Brasil, por meio da Foxconn, foram confirmadas hoje (12) pela presidente Dilma Rousseff, que está em viagem oficial à China e, nesta terça-feira, se reuniu com vários empresários em um seminário de negócios em Pequim. A presidente anunciou que a Foxxconn, empresa que atua na montagem de produtos eletrônicos para marcas como Apple e Sony, deverá investir US$ 12 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) em uma fábrica no Brasil em até seis anos. A unidade brasileira produzirá displays eletrônicos, que estão entre os principais componentes de produtos como celulares, computadores e tablets. Atualmente, as montadoras instaladas no Brasil importam esses componentes.
No início deste mês, a Secretaria do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior publicou consulta pública com a proposta das regras para a fabricação local dos tablets (PPB). O ministério receberá sugestões até o próximo dia 15 de abril. A definição do PPB (Processo Produtivo Básico) é o primeiro passo para que as empresas possam pleitear os incentivos da Lei de Informática, ao fabricarem o produto no país, conforme as regras de produção estabelecidas pelo governo.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou em Pequim que o iPad da Apple será produzido no Brasil até o final de novembro. Se efetivado o investimento, será a primeira grande fábrica de displays da Foxconn do Ocidente. Em contrapartida, a Foxconn quer sócios nacionais, uma cidade inteligente que atenda às necessidades do complexo industrial desse porte e infraestrutura. Ainda não se sabe onde o complexo será instalado.
"Precisa de fibra óptica, infraestrutura, banda larga. É algo extremamente sofisticado", disse Mercadante, listando parte do que o governo ainda precisaria fazer. O ministro destacou ainda que o acordo para o investimento inclui pontos fundamentais para o governo como transferência de tecnologia e sócio brasileiro (o que ainda não foi definido). Este sócio entraria com parte dos recursos, mas, segundo o ministro, a Foxconn está disposta a investir "pesado". (Da redação, com agências)
Fonte: Tele-Síntese |