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11/04/2011 - Como acelerar a carreira quando o mercado está em baixa

Era dezembro de 2007. Sentado em sua sala, na repartição de administração da base de dados de uma firma de investimentos em Chicago, nos EUA, um administrador sênior de dados chegava à conclusão que não aguentaria mais aquela vida nem por um segundo a mais.

As horas excessivas de trabalho e uma gestão opressora haviam lhe causado cicatrizes profundas. As rugas em seu rosto eram fruto da incerteza e da iminência de uma nova crise financeira; uma que ameaçava abalar as estruturas das mais sólidas empresas.

O profissional tinha uma certeza: havia chegado ao fim de sua carreira, e seria irreversível. “Era sair da empresa ou morrer”, explica o profissional de TI.

Incerto sobre as causas, o administrador sênior ocilava entre atribuir a estafa ora à crise, ora à qualidade de seu trabalho. A poucos dias de completar 50 anos, ele decidira: “Vou fazer isso – procurar uma vaga – mais uma vez. Dessa vez, será uma ocupação equilibrada”.

Atualmente, essas questões perambulam pela mente de muitos profissionais de TI quando o assunto é sua satisfação profissional.

O que fazer? Pedir um aumento? Mudar de cidade? Acontece que, em tempos de crise, é difícil descobrir onde está a raiz do problema – se é seu desempenho, o cenário econômico ou a saúde da empresa que não andam bem.

Para ajudar a descobrir o que pode estar indo de mal a pior, sugerimos que analise os seguintes cinco pontos. Caso se identifique com algum deles, saiba que para cada um deles existe uma explicação razoável e, melhor, uma maneira de contornar:

1. Reajuste desigual

Mesmo em situação financeira pouco generosa, muitas empresas acabam pagando mais aos funcionários para mantê-los. De acordo com Lily Mok, analista da Gartner, as empresas não praticam o mesmo percentual de reajuste para todos os funcionários.

“Em pesquisas que fizemos junto aos empregadores, soubemos que os melhores funcionários recebem aumentos da ordem de 4%, ao passo que aqueles que deixaram de desempenhar suas atribuições de maneira mais do que satisfatória, recebem algo entre zero e um 1% de reajuste salarial”, conta a analista.

Além disso, as empresas dificultaram a vida dos funcionários ao determinar que, para ser considerado um funcionário de topo, seria preciso render mais. Como consequência disso, o número de funcionários considerados medianos ou abaixo da média triplicou nos últimos três ou quatro anos.

Acontece que, aos líderes de departamentos de muitas organizações, fora predeterminado que apenas um número X de seus colaboradores poderiam receber notas máximas pelo seu desempenho. No ano de 2007, mais de 50% dos colaboradores de empresas dos EUA, eram classificados em níveis superiores à média. Três anos passados, e em 2010 essa participação era baixada para 30%.

Para David Van De Voort, consultor principal de uma empresa de RH, isso traz uma realidade cruel embutida. “Considerando que, entre 2008 e 2009, muitos colaboradores, principalmente os de desempenho profissional insatisfatório, já haviam deixado as empresas, pode-se concluir que nesses 30% registrados em 2010, há muitos profissionais que saem de patamares de desempenho elevados para se unir à categoria de baixo rendimento.

2. Falta capacitação

Empresas que querem se recuperar de crises não deixam a capacitação de seus colaboradores deteriorar.

Para Diane Berry, analista da Gartner, especializada em TI, a falta de treinamentos e de capacitação é mau sinal. “Ou você estará se aproximando de um nível de baixo desempenho, ou a empresa ruma de encontro ao naufrágio – lento, porém seguro”.

Pode ser verdade. Algumas empresas substituíram os aumentos e bônus pagos aos executivos, por programas de treinamento, associados a planos de carreira corporativa forjados com o único propósito de garantir uma gestão de primeiro nível e de segurar o profissional na organização.

3. Acumular atribuições

“Cada vez que você se dá conta de estar cumprindo mais atribuições que o combinado e não vir qualquer bonificação por esse serviço extra, isso pode ser um sinal de sua carreira estar afundando”. Essa é a opinião de Sheila Greco, CEO de uma empresa de RH sediada em Amsterdam, nos EUA.

“Não tenho nada contra uma pessoa dar conta de mais tarefas quando a situação econômica está em baixa. Acontece que, quando a empresa perde colaboradores e não os substitui, deve haver algum tipo de compensação”, diz.

Entre os clientes da empresa de Sheila, alguns são bastante criativos na hora de compor essas compensações adicionais. “Não precisa ser em dinheiro. Alguns colaboradores gostam de presentes como um fim de semana na praia”, sugere.

4. Colaboradores externos

“Caso você não divida o mesmo local de trabalho com seu chefe, saiba que é muito provável que seu emprego seja terceirizado“, avisa Van De Voort.

Para ele, as empresas devem continuar a procurar por locais que lhes prestem os mesmo serviços a preços bastante módicos. Saiba que o trabalho “in company” (dentro da empresa) ainda é mais seguro que a colaboração externa.

5. Desqualificação de habilidades

É certo que nenhuma habilidade em TI está morta. Também é correto afirmar que se aprende cada vez menos, se comparado a cinco anos atrás. Um exemplo disso são os profissionais em telefonia, que perdem território em função da integração de serviços de voz com redes IP.

Infraestrutura de web é outra área em que mínguam os salários; é o caso de web designers e especialistas em conteúdo digital. Para Van De Voort, isso são casos em que a oferta superou a demanda.

“Houve uma época em que a demanda por profissionais para dar conta desses serviços era enorme. Agora, essa demanda foi atendida e as vagas migram para desenvolvedores de aplicativos web”, comenta. Os conhecimentos mais valorizados nos próximos seis meses estão concentrados nas áreas de analytics, de virtualização, de segurança, em ERP, tecnologias móveis e HTML5.

Há outras, mas, segundo a Foote Partners, essas são as áreas mais “quentes”.

O que fazer?

Se você tem a sensação de sua carreira estar empacada, mas, ainda assim se recusa a entregar os pontos, saiba que existem maneiras de você reiniciar sua carreira. “Procure por atribuições que ultrapassem suas competências atuais”, recomenda Van De Voort. O CIO de sua empresa, por exemplo, vive recebendo solicitações de outros líderes de departamentos à procura de alguém que suporte projetos de toda sorte.

O RH, por exemplo, pode procurar o CIO para ajudar no desenvolvimento de novas políticas. No financeiro, é possível que precisem de suporte da TI no que se refere ao desenvolvimento de estratégias.

“Deixe seu chefe avisado sobre seu interesse em assumir tarefas estranhas ao ambiente em que trabalha atualmente, mas que tenham ligação com a TI”, sugere Van De Voort.

A pior alternativa é ver a si mesmo como vítima de uma chefia cruel, de um cenário econômico desfavorável ou de qualquer outra circunstância externa.

Para Van De Voort, assumir tal postura equivale a implorar para ser esquecido como bom profissional. “Pessoas que conseguem enxergar pontos positivos em todas as condições”, diz o especialista ”irão alugar o imóvel em que moram e procurar uma vaga no mercado internacional de trabalho; é bem provável que tenha êxito nessa busca”, diz.

“É importante levantar todos os dias de manhã e estar satisfeito com sua situação laboral. É a única maneira de estar no comando de sua carreira”, completa Foote.
 

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