O clima do evento era de alegria pelo longo e frutífero caminho trilhado pelo Sinpro nas últimas décadas, mas sem perder de vista as lutas por novas conquistas. Rejane, que já foi dirigente da entidade, lembrou que a segunda greve no país – ocorrida durante a ditadura militar – foi realizada pelos professores de Brasília que “tiveram de enfrentar as botas e a repressão da ditadura”.

“Construímos um sindicato sem temer as represálias. E hoje ele é um dos maiores do país e da América Latina. A emoção que sinto é muito grande, pois junto com o aniversário iniciamos também a nossa campanha salarial”, disse a parlamentar reafirmando a esperança no novo governo. “Queremos ser valorizados e vamos lutar muito, sempre com a certeza de grandes vitórias com o poder da nossa mobilização”, destacou a parlamentar.

Representando a diretoria do Sinpro, Maria Augusta Ribeiro fez questão de reafirmar que o posicionamento da categoria, que decretou estado de greve na última semana, tem como objetivo acelerar a negociação da categoria com o governo justamente para evitar que a greve seja de fato instalada.

 “Temos responsabilidade pela categoria e pela eleição de Agnelo, que apoiamos na esperança de ter um tratamento diferente do que recebemos de governos anteriores”, disse ao agradecer a todos os funcionários do Sindicato. “Sem eles não teríamos conseguido tantas vitórias”, concluiu Maria Augusta.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores do DF (CUT-DF), José Eudes, o poder de mobilização dos professores é tamanho que “dizem que quando o Sinpro se mexe, o governo balança”. Presente à solenidade, o presidente do PCdoB-DF, Augusto Cesar Madeira, lembrou o início do movimento, destacando que “o papel do Sinpro é fundamental para a democracia”.

Irmãos

O presidente do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar do DF (SAE), Denivaldo Alves Nascimento, defendeu que a união do SAE ao Sinpro seria excelente para que todos os trabalhadores da educação unissem esforços para buscar melhorias para a área. E disse ser uma “grande satisfação ser co-irmão” do Sindicato dos Professores.

Como nenhuma vitória seria possível sem aqueles que viabilizam diariamente o funcionamento do sindicato, Maria de Fátima Gomes, a Zuzu, representou os funcionários do Sinpro no evento.

Muito emocionada, ela atribui ao Sinpro grandes conquistas em sua própria vida. Entre elas, a consciência política. “Participávamos das assembleias, enfrentávamos cachorros, cavalos e helicópteros nos anos de repressão. Mas sempre nos sentíamos parte do processo”, contou