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04/03/2011 - Dia Internacional da Mulher - Entrevista com a Deputada Distrital Rejane Pitanga
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Entrevista

Rejane Pitanga, exemplo de fibra feminina

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, nada melhor que o SINDPD-DF dar destaque a uma mulher de fibra, que sempre está à frente das lutas dos trabalhadores. A deputada distrital Rejane Pitanga é o retrato da força da mulher brasileira e um exemplo para todos nós. Para comemorar em alto estilo esse dia tão importante, Rejane Pitanga é nossa entrevistada. Aqui, ela fala, entre outros assuntos, sobre suas lutas, o preconceito e a presença feminina no poder.


Uma mulher incansável

Professora da Secretaria de Educação há mais de 30 anos, Rejane Pitanga é natural de Salvador (BA), mas desde os cinco anos mora no DF. Em 1978, passou em concurso público e tornou-se servidora da rede pública de ensino. Protagonista de uma longa história de militância política partidária, sindical, social e humanitária, Rejane tem sua trajetória marcada pela luta em defesa da educação e dos direitos humanos. Sua atenção é voltada para os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras. É defensora de salários dignos e da garantia de respeito à liberdade de expressão das categorias. Rejane Pitanga é uma mulher focada na luta por igualdade de direitos e oportunidades para todos.


1) Antes de você assumir a Presidência da CUT alguma mulher já tinha estado à frente deste cargo?

 Fui a terceira mulher a presidir a CUT. Sinto-me extremamente lisonjeada por isso, embora saiba que é muito difícil estar à frente de um cargo como este e ser líder. Mas sei também que nós, mulheres, temos capacidade para isso.

2) Quais os ganhos que avalia nestes anos de movimento sindical com o engajamento feminino?

Os ganhos são muitos. A presença maior da mulher no mercado de trabalho e o fato de uma mulher estar à frente da Presidência da República já são mostras de que somos vitoriosas. A mulher hoje pode até ser vista como algo frágil, porém nunca considerei isso porque, para mim, a mulher é extremamente forte. A mulher consegue perceber as coisas com mais rapidez e sutileza. Então, a presença feminina nesses espaços de liderança é grandiosa, seja em qual for o setor, pois ela visualiza algo além do que se espera e isso é um ganho para todos.


3) Qual foi o sentimento quando foi eleita para o cargo de Deputada Distrital? Como fica a questão da confiança no trabalho da Câmara Legislativa do DF?

Fiquei muito feliz e senti orgulho com a conquista. Para mim, a vitória foi um reconhecimento de 30 anos de luta na militância e de apoio das categorias e sindicatos, inclusive do SINDPD-DF, que sempre me deu força para seguir nessas lutas. Agora, para conquistar a confiança de alguém não é fácil. Primeiro porque a Câmara tem um grande desafio de resgatar a credibilidade, já que ela está mal vista por todos os acontecimentos do passado. Acredito que só poderemos resgatar essa credibilidade com trabalho, luta, moralidade e reformas. Também esperamos contar com a própria população. Que ela fiscalize os trabalhos dos seus candidatos e os cobrem.


4) Hoje temos uma mulher na Presidência do Brasil. Isso demonstra o crescimento da força feminina na política e a quebra de preconceitos? 
  
A eleição da Dilma é muito simbólica para as mulheres. A presidenta representa parte de um projeto vitorioso no Brasil e pode ser o primeiro passo de muitas mudanças e quebra de preconceitos. Só que isto não quer dizer que as mulheres estão ampliando seus espaços, porque para que haja o alcance de metas é preciso luta e mudanças por parte das mulheres na sociedade. Até porque as mulheres estão no mercado de trabalho, mas ainda ganham menos que os homens. Além disso, é perceptível que há um menor número de mulheres ocupando cargos de chefia. Dentro da política ainda é mais difícil a atuação da mulher, não por incapacidade, mas porque ainda é necessária uma grande trajetória para isso, o que se torna mais complexo para a mulher. A estrutura política é desfavorável para a atuação feminina, já que a história política é de homens no poder. O que é esperado é que haja uma reforma política para que se crie um equilíbrio entre homens e mulheres na sociedade.

5) O que esperar de uma mulher à frente do Brasil?

Só o fato de uma mulher liderar o Brasil já é uma vitória. Espero que esse mandato seja uma ampliação do espaço da mulher na sociedade, que seja um estímulo para as mulheres. Que possamos almejar mais e mais, pois somos fortes.

6) Ainda há muito preconceito contra as mulheres nos partidos políticos e nas entidades de classe? O que fazer para mudar essa realidade?

Infelizmente, há muito preconceito ainda. O primeiro passo a ser dado é superar as barreiras, especialmente o fato de que os espaços de poder são espaços masculinos. Temos que pensar no contexto de todas as formas. Um exemplo é que geralmente ninguém admite que a mulher tenha três cargas horárias, o trabalho doméstico, o trabalho profissional e outros compromissos cotidianos. Algo que já mudou, e que é um grande avanço, é a Lei Maria da Penha, que denuncia a agressão doméstica, isso já é considerado uma mudança.  Só que essas mudanças também dependem da atitude das mulheres, de irem atrás dos seus direitos. Nós já caminhamos muito, mas não podemos parar. Ainda há muito preconceito na política e nos movimentos sindicais. É só observar que quanto maior é o escalão (hierarquia) menor é o número de mulheres.

7) Qual o conselho que dá para mulheres que ainda acham que política e sindicato não é assunto para elas?

As mulheres têm que acreditar que são capazes de estar na liderança. Reafirmo que as mulheres são extremamente fortes, mas o forte preconceito da sociedade acaba contaminando as próprias mulheres, por isso, algumas se acham incapazes de conquistar novos espaços. Temos que entender que as lutas são importantes para emancipação da mulher. A mulher precisa acreditar que podemos transformar o mundo e conquistar espaços nunca antes imaginados. A eleição da Dilma deve ser um espelho para cada uma de nós. Somos capazes, somos poderosas demais, somos muito corajosas, portanto, nós vamos transformar esse país, com certeza, em um lugar mais igual e livre de preconceito para que possamos construir a sociedade que nós queremos.

 

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