A Actrav-Turim, setor dedicado à educação dos trabalhadores da Organização Internacional do Trabalho (OIT), está lançando o código do Solicomm, software de comunicação online utilizado em  cursos de formação da OIT desde 2004. Milhares de sindicalistas, dos cinco continentes, vem usando a plataforma desde então, ao participarem em cursos a distância e atividades em rede em espanhol, inglês, português e francês. Solicomm, contudo, não serve apenas para propósitos educacionais, mas é o que a entidade chama de Sistema de Informação e Participação para Comunidades (CIPS, na sigla em inglês). Isso significa dizer que o software tem múltiplos usos, funcionando de modo similar a uma rede social, oferecendo sistema de e-mail, conferências, hospedagem de páginas, biblioteca digital, entre outros.

Assim, pode servir também para colocar em contato comunidades de interesse comum, sendo como um elo de ligação e base de interação em atividades participativas. “Imaginamos o sistema sendo utilizado, por exemplo, por prefeituras que desejem desenvolver sistemas de interação democrática com os cidadãos, por exemplo. Pensamos, por exemplo, em municípios que queiram desenvolver sistemas democráticos de interação com os cidadãos, ou um grupo de sindicalistas que queiram compartilhar suas práticas ou informações sobre os patrões, assim buscando melhorar seu poder de negociação”, exemplifica Giacomo Barbieri, o gerente do programa Actrav em Turim.

A idéia por trás do Solicomm - e do conceito de CIPS - é que as reais fontes de informações e conhecimentos são as comunidades e não a informação estática, organizada em sites que presumem o que as pessoas querem. “Nossa longa experiência com a comunidade Solicomm mostra que o conceito de CIPS é viável”, aponta Stefano Barale, líder técnico do projeto Solicomm.

Em cursos de formação, uma das principais vantagens do Solicomm é o oferecimento de estatísticas de envolvimento dos estudantes, indicador importante para se evitar a evasão dos participantes.

Chamado aos desenvolvedores
A versão atual de Solicomm é bastante estável em seu uso no ambiente para o qual foi concebida. O sistema está licenciado sob uma licença livre, a Affero GPL versão 3, ou seja, qualquer pessoa pode baixar o código, utilizá-lo livremente e distribuí-lo. “Queremos, entre outros objetivos, também envolver mais programadores interessados nesse tipo de aplicação e que queiram contribuir com um projeto que traz em si a experiência de diversos anos das Nações Unidas”, diz Barale. Segundo ele, o objetivo agora é produzir uma versão mais geral da aplicação, versão que permitirá a qualquer organização interessada o uso e adaptação do programa. Assim, qualquer entidade poderia, por exemplo, adicionar seus logotipos e símbolos na aplicação em alguns poucos passos simples.

Fonte -  Comciência