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15/02/2009 - Serpro tem mecanismo para demitir funcionários lotados no Ministério da Fazenda

Fonte: Convergência Digital

A Diretora de Administração e, por consequência, de Recursos Humanos, Vera Moraes, criou um dispositivo no dia 19 de janeiro, que permitirá a empresa demitir quantos funcionários forem necessários, da leva dos 2.800 que deverão retornar do Ministério da Fazenda e de outros órgãos federais.

Vera Moraes se antecipou à medida do ministro interino da Fazenda, Nelson Machado, o que significa que já sabia antecipadamente desta decisão. No dia 19, de janeiro, baixou a Norma GP/035, que diz claramente que os funcionários que retornarem e não puderem ser absorvidos pela empresa serão "desligados".

Os dois dispositivos que permitirão a demissão de um grande contingente de pessoas com mais de 20 anos de casa, embora não estivessem dentro da empresa são os seguintes:

6.2 (A) - A absorção, pela Empresa, do empregado cedido, quando de sua devolução ou retorno ao SERPRO, estará condicionada à existência de vaga e à compatibilidade entre o perfil do empregado e a disponibilidade em órgão interno do SERPRO.

6.4(A) – Não havendo disponibilidade de vaga em órgão interno do SERPRO, o empregado será desligado da Empresa.

A Fenadados, por meios dos Sindicatos dos Trabalhadores em Processamento de Dados de todo o país, deverão comprar mais esta guerra com a direção do Serpro.

"Faça o que eu digo..."

No mínimo a adoção desta medida, neste instante, pelo Serpro - é incoerente com a postura do governo Lula diante da crise financeira mundial. Por meio do Ministério do Trabalho e Emprego, o governo vem tentando ajudar o setor privado criando mecanismos financeiros de ajuda para as empresas em crise.

Principalmente as do setor automobilístico, em cuja base dos trabalhadores nasceu justamente o Partido dos Trabalhadores. Depois das ameaças de demissões, o Ministério do Trabalho e Emprego anunciou ajuda às empresas, desde que haja uma garantia formal dos empresários de manutenção dos empregos.

O problema para o Serpro neste instante seria onde alocar tanta gente. Até mesmo fisicamente esta seria uma missão quase impossível. Mas estranhamente ninguém pensou nisso, quando tomou a decisão de retornar aos quadros da estatal os 2.800 funcionários cedidos há anos para os ministérios.