Fonte
Folha OnLine
General Motors confirmou segunda-feira a dispensa de 744 profissionais em São José dos Campos, no interior de São Paulo (a 97 km da capital). Segundo o vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto, a medida atinge contratos de trabalho temporários, em fim de prazo e em andamento, e é consequência da desaceleração do mercado.
"Estamos deixando de renovar exclusivamente contratos de trabalho de temporários e são 744. Esse pessoal foi admitido provisoriamente, por tempo definido. Se o mercado permanecesse em céu de brigadeiro, como estava em setembro, certamente continuariam. Não foi o caso, infelizmente".
Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as vendas de veículos em setembro do ano passado somaram 269.700 unidades, contra 177.800 em novembro, o pior mês do ano. Ao longo de 2008, foram negociados 2,82 milhões unidades, número recorde para o setor no Brasil.
Segundo divulgou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, "entre os demitidos, estão os 600 trabalhadores contratados no ano passado por meio de contratos por prazo determinado". "Alguns desses contratos venceriam somente em junho, mas a empresa dispensará os metalúrgicos imediatamente", informou a entidade sindical.
Os contratos temporários da GM, conforme o executivo, são de um ano, com possibilidade de renovação por mais um ano. Atualmente, a empresa tem cerca de 2.500 temporários, de um total de 24 mil trabalhadores no país.
"Alguns contratos estão no final e alguns nós estamos antecipando o final e, para tanto, pagando um adicional, conforme previsto em contrato", disse Pinheiro Neto.
Segundo o executivo, caso o mercado de carros se recupere, a empresa dará prioridade a esses temporários dispensados em futuras admissões.
INVESTIMENTO
O vice-presidente da GM confirmou ainda a manutenção da previsão de investimentos no país. "Vamos manter os investimentos, especialmente os de São José dos Campos, de US$ 500 milhões, além do lançamento de dois modelos a partir de 2011, da construção da fábrica [de motores] em Joinville e das instalações de engenharia em São Caetano". Ao todo, deverão ser investidos US$ 1 bilhão, segundo Pinheiro Netto.
"Aqui no Brasil, nós continuamos extremamente lucrativos, está funcionando super bem. Nos Estados Unidos, a solução está sendo encontrada. Eu acho hoje, que a situação está generalizada. Houve uma situação muito boa de janeiro a setembro. De outubro para cá, há uma outra realidade", disse o executivo. |