Dois indicadores divulgados nesta quinta-feira (23) confirmam a expansão do emprego com carteira assinada no Brasil. Os números, do Ministério do Trabalho e do IBGE, mostram ainda redução do desemprego e aumento da renda dos trabalhadores.
Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério, foram criados em todo o país 129.795 postos formais de trabalho em outubro – o que significa aumento de 9,83% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de 2006, foram gerados 1.513.600 empregos formais.
Já a Pesquisa Mensal de Emprego e Desemprego do IBGE, feita nas seis principais regiões metropolitanas, aponta crescimento de 6,7% na relação outubro 2005/outubro 2006. Entre outubro e setembro deste ano, o avanço foi de 0,8%.
Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo, o mercado de trabalho "nunca esteve tão formal como está agora", desde o início da série histórica da pesquisa, em março de 2002.
Azeredo informou que o percentual de ocupados com carteira assinada subiu para 41,5% em outubro deste ano, a maior fatia para os formais registrada desde o início da série. Em outubro do ano passado, por exemplo, o percentual era de 40,1%.
Azeredo atribui a elevação no número de ocupados com carteira assinada ao aumento do rendimento e contratações em setores mais formalizados, como a indústria. "Isso pode resultar de um cenário econômico mais favorável, que permite que as empresas estejam contratando com carteira", disse.
Desemprego
A taxa de desemprego apurada pelo IBGE em outubro foi de 9,8%, ligeiramente abaixo dos 10% registrados em setembro. A taxa de outubro foi a menor desde janeiro deste ano (9,2%).
Para Azeredo, o cenário é favorável porque a formalidade continuou alta no mercado de trabalho e, além disso, houve aumento no rendimento em todas as bases de comparação.
Ele disse ainda que o fim das contratações temporárias para campanhas políticas ocasionou pequena redução no número de ocupados e também nos desocupados, enquanto a população não economicamente ativa (sem trabalho e sem procurar emprego) cresceu 1,2% de setembro para outubro.
"Isso pode ter ocorrido porque algumas pessoas que trabalharam em campanha política voltaram para a inatividade", disse.
Azeredo avalia também que o recuo de 2,1% (que ele considera estatisticamente estável) no número de desocupados ocorreu tanto por causa do desestímulo com o fim dos empregos temporários das eleições como também para "uma parada para aproveitar as oportunidades de final de ano".
Rendimento
O rendimento médio real apurado pelo IBGE no acumulado de janeiro a outubro foi de R$ 1.029,10, ou 4,14% maior do que o registrado em igual período do ano passado (R$ 988,20).
O gerente da pesquisa lembra que ainda não foram recuperadas as perdas no rendimento desde 2002. Em outubro daquele ano, o valor era de R$ 1.120,53.
Azeredo atribui o aumento do rendimento no acumulado de 2006 ao crescimento da formalidade no mercado de trabalho, ao reajuste do salário mínimo e ao controle da inflação.
Comércio e indústria
O número de ocupados no comércio cresceu 3,1% em outubro, ante setembro, e 3,3% ante outubro do ano passado, segundo a pesquisa do IBGE.
Azeredo avalia que esses incrementos são sinais de que já há contratações para o final de ano neste setor.
No caso da indústria, o número de ocupados cresceu 1,2% em outubro ante setembro e 2,2% ante outubro do ano passado. Para Azeredo, neste caso também os números sinalizam para aquecimento do mercado de trabalho em função das encomendas do varejo para o Natal.
Fonte: Linha Aberta
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