No dicionário, coletivo significa: “1.Que abrange várias pessoas ou coisas, e 2.Que pertence a várias pessoas”. Para nós, sindicalistas, o coletivo é a nossa causa, a razão da nossa existência, pois coletivo é sinônimo de sindicato.
Vivemos um momento em que as transformações no mundo do trabalho têm se acelerado de forma intensa — tanto nas formas de contratação quanto nas políticas que precarizam direitos e enfraquecem as condições de trabalho. Mais do que nunca, é fundamental resgatar e fortalecer a atuação sindical, que, mesmo após os inúmeros ataques promovidos pela Reforma Trabalhista de 2017, segue vigilante, atuante e produzindo resultados concretos em defesa da categoria.
Infelizmente, temos presenciado um crescente desinteresse dos trabalhadores por aquilo que é de interesse coletivo. Quando abrimos o processo eleitoral para eleger representantes sindicais — aqueles que se colocam à frente para lutar por direitos, salários e conquistas — não houve mobilização ou inscrição de chapas. Isso revela o distanciamento entre o discurso de valorização e a prática de engajamento.
Nossa categoria é ampla e estratégica. Envolve trabalhadores das empresas públicas (Serpro, Dataprev e BBTS), além dos profissionais das empresas privadas de Tecnologia da Informação no Distrito Federal. Ainda assim, não houve a disposição necessária para assumir a responsabilidade de representá-la.
Desde a extinção do financiamento sindical obrigatório, há oito anos, o desafio só aumentou. Tivemos que abrir mão de empregados e até de bens da entidade para manter as contas em dia, sem jamais penalizar os que permaneceram firmes na missão. Vendemos instrumentos de trabalho, reduzimos estruturas e, mesmo assim, seguimos em frente — com poucos, mas determinados.
E é exatamente por isso que este trabalho, apesar das dificuldades, é também gratificante. Porque os que ficaram permaneceram unidos e comprometidos. Porque conseguimos manter nossa atuação firme, com resultados concretos — garantimos Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs), condições dignas, Participação nos Lucros e Resultados (PLRs) e Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) assinadas anualmente.
Encerramos, assim, o mandato 2021–2025 com a consciência tranquila e o sentimento do dever cumprido. Ainda que muitos tenham se ausentado, nós estivemos presentes. Ainda estamos aqui.
Edson Simões Corrêa
Presidente do SINDPD-DF
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