A diretora-presidente do Serpro, Maria da Glória Guimarães dos Santos, se mostrou preocupada com a situação da empresa em reunião nesta quinta-feira, 6/4, com o presidente do SINDPD-DF, Djalma Araújo Ferreira, e o membro da OLT, Maria José da Silva Santos. Segundo a presidente, os motivos das preocupações são o montante de dívidas da empresa, a má reputação junto aos clientes e a falta de comunicação interna entre diretorias, gerentes e empregados.

O presidente do SINDPD-DF, Djalma Araújo Ferreira, abriu a reunião informando a entrega da Pauta de Reivindicação da Campanha Salarial 2017/2018 e cobrando um posicionamento a respeito das datas das mesas de negociação. Ferreira disse que estranhou a diretora-presidente não ter agenda para receber a pauta dos trabalhadores, que foi protocolada. “Não desejamos que a campanha se estenda até o segundo semestre, o que é prejudicial ao trabalhador e a empresa”, afirmou Ferreira. Maria da Glória também julga ruim a demora nas negociações coletivas e informou que a pauta está em análise e na primeira reunião será dado um parecer sobre o que é possível ou não. “O trabalhador precisa entender que a conjuntura não é favorável e que o momento é de garantir a empregabilidade”. A presidente não se mostrou nada sensível a paralisações ou greves e disse que o momento é de construção e que todos precisam trabalhar juntos.

FCA/FCT – A presidente afirmou que as gratificações estão sendo ajustadas e que é melhor “perder um pouco aqui e outro ali do que perder o emprego”. Segunda Maria da Glória é necessário equilibrar as contas da empresa, já que o Serpro gasta 80% do seu faturamento com pessoal.

O presidente do sindicato questionou esse tipo de política que desestimula o trabalhador e gera passivo trabalhista. “Nossa orientação para o trabalhador é o Judiciário”, explicou Djalma. Maria José reforçou que o pânico instalado na empresa se deve pela falta de diálogo do corpo gerencial com os empregados. “Com esses problemas de caixa porque os cortes não chegam no corpo gerencial?”, questionou Djalma.

DÉFICIT – A preocupação da diretoria da empresa é motivada por dívidas trabalhistas de alto valor que a empresa foi condenada. A soma chega a R$ 1Bi de dívidas e coloca o Serpro em uma posição de insolvência. Para o presidente do SINDPD-DF, há diversas maneiras de solucionar a crise sem comprometer a renda e o emprego do trabalhado.

PLANO DE SAÚDE – A representante da OLT, Maria José, disse que não visualiza como o plano de saúde é estratégico para a empresa com a atual gestão. “A administradora do nosso plano PAS Serpro não presta as informações necessárias, que nos permitam fazer uma gestão melhor de prevenção e redução de custos. Também avaliamos que a gestão financeira dos recursos deve ser do Serpro”, ponderou.

A diretora-presidente se comprometeu a instaurar auditoria para avaliar os problemas do plano de saúde e buscar soluções.

APA – Para o ano de 2017, Maria da Glória não acredita na abertura de outro plano de demissão voluntária, já que o pagamento dos trabalhadores que aderiram em janeiro de 2017 somente vai ser concluído em setembro deste ano.

CPD SÃO PAULO – “Não vai haver demissões e nem encerrar o serviço”, afirmou Maria da Glória. As máquinas vão ficar centralizadas em Brasília e o atendimento e manutenção continuam sendo executados nos outros estados como é comum nas empresas de tecnologia. Com essa mudança a presidente do Serpro afirma que a economia será de 30% somente em mainframe.

Para o presidente do SINDPD-DF, Djalma Araújo Ferreira, muitas situações poderiam ser evitadas se houvesse mais diálogo da direção com os trabalhadores e os processos não fossem impostos, a exemplo da negociação de redução da carga horário para 6 horas com redução de salário.

Fotos: Marcelo Lima