A greve dos trabalhadores do Serpro do Distrito federal está encerrada e a proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST) aprovada. Os trabalhadores voltam ao trabalho às 00 do dia 29/10. A greve durou 29 dias e parou áreas importantes da empresa.
Em assembleia convoca nesta quarta-feira, 28/10, pelo SINDPD-DF, os trabalhadores votaram a proposta de conciliação do vice-presidente do TST, Ives Gandra, que prevê:
1) Reajuste salarial de 7% a ser implementado integralmente na folha de pagamento do mês de novembro/2015;
2) Pagamento das diferenças salariais decorrentes da concessão dos reajustes retroativo a 1º de maio de 2015, em duas parcelas iguais, nos meses de dezembro/2015 e janeiro/2016;
3) Aplicação do índice da inflação acumulada do período, de 8,17% a todos os benefícios constantes do Acordo, à exceção do tíquete-alimentação, em relação ao qual será aplicado o reajuste de 10,92% correspondente à variação da inflação do item alimentação;
4) Concessão de uma cartela adicional de tíquete-alimentação, já com o reajuste de 10,92%, com redução do percentual descontado dos trabalhadores, segundo tabela que varia de 20% a 40%.
5) Constituição de Comissão Paritária, constituída por representantes da empresa, da Fenadados e dos sindicatos assistentes (SC e RS), no prazo de 30 dias contados da assinatura do Acordo, para estudo da redução da jornada de trabalho no âmbito da empresa;
6) Manutenção das demais cláusulas do ACT anterior;
7) Compensação das horas não trabalhadas em virtude de paralisações ocorridas em 2015, no prazo de 12 meses, utilizando-se inclusive das liberações parciais para o exercício de atividades sindicais, previstas na Cláusula 31ª do ACT 2015/2016, das Licenças APPD´s e de afastamentos permitidos pelos TRE´s.
A maioria dos estados já aprovou a proposta e retorna as atividades, finalizando a greve.
Dias parados – A principal dúvida dos trabalhadores é a compensação das horas de paralisação e dos dias de greve. Segundo informe do presidente do SINDPD-DF, Djalma Ferreira, a categoria garantiu com o acordo do TST o não desconto em pecúnia e a compensação em 12 meses, que ainda será negociada entre a empresa, federação e sindicatos para discussão com os trabalhadores.
“Assumimos o compromisso de negociar com a empresa e nada será fechado sem a discussão e concordância dos trabalhadores”, explicou Djalma em assembleia.
Avaliação de campanha – A representação dos trabalhadores avalia que o maior ganho dessa campanha foi a criação da Comissão Paritária que vai estudar a jornada de seis horas, uma reivindicação histórica da categoria.
A mobilização dos trabalhadores e a união em prol desse movimento de reivindicação da Campanha Salarial 2015/2016 foram outro ganho importante para o ressurgimento do movimento sindical dentro da empresa.
“A proposta aprovada ficou mais próxima da realidade desejada. Há anos reivindicamos a redução da jornada e conquistamos a criação dessa comissão paritária no Tribunal. Resgatamos a capacidade de enfrentar uma situação complicada e partir para a luta. Parabéns a Direção do SINDPD-DF, aos empregados do sindicato por todo o apoio e infra-estrutura que foi essencial para o nosso movimento e essa luta. Esse resultado é fruto da nossa construção coletiva de quem fez a greve”, afirmou Luiz Carlos Ferreira, membro da OLT/DF.
“Essa campanha foi o reflexo da nossa luta. Construímos o melhor acordo dentro de um cenário que não estava favorável. Os trabalhadores perceberam que são eles que fazem o movimento e que quando estão unidos, somos realmente fortes. O sindicato é um canal, mas sem a força dos trabalhadores não consegue avanços. A greve aqui em Brasília foi um exemplo da nossa força e união em prol de um objetivo em comum, o respeito e valorização dos trabalhadores do Serpro”, afirmou Djalma Ferreira, presidente do SINDPD-DF.
Foto: Marcelo Lima
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