A CUT Brasília e os sindicatos filiados convocam toda a classe trabalhadora para ato unificado nesta sexta-feira, às 10h, na Praça do Buriti. A ação é uma resposta às decisões arbitrárias do GDF e à proposta de cronograma de pagamento dos atrasados dos servidores do governo local, apresentado nesta quinta-feira (15).
O encontro entre CUT, sindicatos e representantes do GDF, que seria realizado nesta sexta-feira (16) em forma de negociação, se transformou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (15) e inviabilizou qualquer tipo de debate. Diante da postura unilateral, a CUT e os sindicatos filiados ampliarão a mobilização que conta com a participação não só de servidores públicos, mas da classe trabalhadora do Distrito Federal.
“Repudiamos a forma como o governo está tratando as entidades representantes dos trabalhadores. O governo não está negociando. Ele simplesmente comunica por meio da grande mídia suas decisões ao invés de respeitar as mesas de negociação. Além disso, joga a responsabilidade para a população de Brasília, alegando que o povo é o patrão dos servidores, enquanto eles, como gestores, deveriam apresentar soluções efetivas para os problemas de falta de pagamento. Como não bastasse, representantes do GDF criminalizam a classe trabalhadora quando ela utiliza instrumentos legítimos, como manifestações e greves, que buscam garantir o pagamento de salários e a manutenção de direitos”, afirma o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
Pela proposta do GDF, os atrasados das férias seriam pagos em 3 vezes, de janeiro a março, sempre no último dia útil do mês. O 13º e a gratificação natalícia também seriam parcelados em 3 vezes, de abril a junho, pagos também no último dia útil de cada mês. Horas-extras dos servidores da saúde seriam parceladas em 2 vezes, nos últimos dias úteis de julho e agosto. E as diferenças de 13º salário, férias, licença indenizada e etc, pagas nos últimos dias úteis de setembro e outubro.
Segundo o chefe da Casa Civil do GDF, Hélio Doyle, a proposta apresentada pelo governo está aberta para negociação. Ao mesmo tempo, o governista deixou claro que o GDF não vai pagar todas as pendências de uma só vez. “Temos que considerar a realidade do caixa do GDF”, disse.
“Nossa avaliação é de que não recebemos nenhuma proposta. O que nos foi passado foi uma decisão que não contou com debate. A marca do Sinpro-DF é o diálogo, nunca nos recusamos a fazer isso. Mas este governo, ao contrário, insiste em apenas anunciar e não dialogar. A suposta proposta, que recebemos através da imprensa, é inaceitável. O governo ainda tem tempo de rever suas medidas e garantir tranquilidade para o início do ano letivo”, afirma a dirigente do Sindicato dos Professores do DF – Sinpro-DF, Rosilene Corrêa.
Sem pagamento - ?Embora tenha divulgado que o pagamento das rescisões dos contratos temporários de professores seria feito na noite dessa quarta-feira (14), o GDF descumpriu sua palavra. Até o momento, ainda não foi depositado o valor devido aos trabalhadores, que vão engrossar contra o governo local.
Novas datas de pagamento dos servidores? - De forma arbitrária, o novo governo do DF também definiu novas datas para o pagamento dos servidores do GDF. O esquema abrange todos os servidores públicos, cargos e funções comissionados, exceto policiais civis, militares e do Corpo de Bombeiros.
Na tabela do governo, quem tem salário de até R$ 9 mil, receberá no 5º dia útil do mês. Quem tem vencimento de até R$ 11 mil, receberá os R$ 9 mil no 5º dia útil e mais R$ 2 mil no dia 15 de cada mês. Quem recebe até R$ 16 mil, terá a diferença do salário (R$ 5 mil) pago no dia 24 de cada mês.
Fonte: CUT Brasília
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