No dia 3/11 foi realizada a 1ª Conferência Distrital de Saúde doTrabalhador, na CUT Brasilia. Os diretores do SINDPD-DF Elaine Cristina Lemes, Osiel Rocha e Maria do Socorro Neves representaram o sindicato. A diretora de Saúde e Condições do Trabalho Maria do Socorro foi eleita como delegada para participar da 1ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, que será realizada em marco de 2014, em São Paulo.
O secretário-adjunto nacional de Saúde do Trabalhador da CUT, Eduardo Guterra, informou que as conferências regionais foram elaboradas para preparar a base sindical para a conferência nacional. "Esse debate é importante, principalmente para os sindicatos cutistas, que têm uma visão de classe social para colocarmos o tema saúde em patamar semelhante ao tema econômico. Geralmente, esse não é um tema que entra como prioridade na agenda sindical. A partir das nossas colocações, temos que cobrar do governo políticas sérias com relação à saúde e segurança do trabalhador e fortalecer esse tema junto aos sindicatos, porque para o patronato é interessante manter a situação como está - com acidentes em todos os ramos e setores da economia - desde que seja mantida a produtividade", explicou.
Assédio moral
Convidada para falar sobre assédio moral, a professora Ana Magnólia, do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde e Trabalho (Gepsat), disse que esse problema tem crescido enormemente e causado vários efeitos sobre a saúde do trabalhador. "O trabalho hoje tem sido muito mais precarizado, intensificado, amplificando os modos de gestão produtivistas e gerencialistas, que provocam esse tipo de violência aos trabalhadores, prejudicando sua saúde mental. O assédio moral é um problema vinculado à gestão e à cultura das empresas, que muitas vezes aceitam e até legitimam esses comportamentos", explicou.
Para a professora é preciso compreender e tentar desmontar esse modelo de gestão, intervindo - via sindicato - na organização do trabalho nas empresas que adotam essa prática. Foram apresentados os objetivos e eixos da conferência e feitos vários debates em grupos sobre como os sindicatos cutistas enfrentam esse modelo de gestão atual. Também se destacou a importância dos sindicatos estarem presentes e atuantes nas CIPAS, instância dos trabalhadores também.
"A Central e os sindicatos de base não podem pensar apenas em salário e nas reivindicações econômicas. Temos que pensar na melhoria da qualidade de vida e na saúde do trabalhador, lutando para modificar a política atual e inserindo cláusulas nos acordos coletivos e convenções coletivas de trabalho que abordem com mais ênfase a saúde do trabalhador", afirmou a diretora Maria do Socorro.
Confira a cartilha de Saúde do Trabalhdor da CUT/Brasília.
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