As últimas reuniões da PPLR podem ser consideradas uma faca no pescoço dos trabalhadores da Dataprev. Na iminência de se encerrar novamente o ano sem um desfecho favorável nas negociações e, segundo a empresa, deixaria como perdida a distribuição de lucros e/ou resultados do ano de 2010 a ser paga em 2011, os trabalhadores preferiram garantir um mínimo de distribuição. Afinal, é melhor receber alguma coisa do que não receber nada. Diante deste cenário, no último dia 12/11, representantes dos trabalhadores e trabalhadoras da Dataprev se reuniram com diretores da empresa e oficializaram a aprovação da proposta da PPLR 2009/2010. Os empregados e empregadas aprovaram, em assembleias realizadas nos estados, o pagamento da PPLR com 100% de linearidade e a utilização da avaliação de desempenho (SAF). A minuta da PPLR deverá ser assinada entre os dias 22 a 26 deste mês, após avaliação dos representantes dos trabalhadores e do departamento jurídico do sindicato.
PPLR perdida
De acordo com a empresa, a PPLR de 2009, a ser paga em 2010, está perdida porque não se chegou a um consenso nas negociações empreendidas durante o ano de 2009. "O ano se encerrou e a PPLR de 2009 está perdida? Perdida como? Para onde foi esse dinheiro que era para ser distribuído entre os trabalhadores?", indaga Edson Simões, secretário-geral do SINDPD-DF. Segundo Márcio Adriano, representante da Dataprev, o dinheiro não distribuído foi incorporado ao patrimônio da empresa. O secretário-geral do SINDPD-DF indigna-se ao lembrar dos dividendos dos sócios da Dataprev, isto é, MPS e INSS. "Estes, sim, foram repassados aos proprietários e nem precisaram de negociação", ressalta. E vai além. "Se pensarmos que houve lucro, foi feita a distribuição dos dividendos para os proprietários da empresa, houve incorporação do dinheiro dos trabalhadores ao patrimônio da empresa, então, a Dataprev nos deve, afinal o lucro existiu e não foi distribuído aos trabalhadores", argumenta.
De acordo com secretário-geral do SINDPD-DF, a Dataprev, em anos anteriores, assumia, de forma unilateral, a responsabilidade de distribuir os lucros da forma que achasse melhor. "Por que dessa vez não o fez da maneira que vinha fazendo", questiona Edson. Para ele, a questão da PPLR envolve várias outras que o sindicato tem denunciado. "A qualificação é uma delas. A Dataprev diz que tem esta preocupação, mas só faz a qualificação dos gerentes, insiste no SAF que está defasado, ultrapassado, antiquado e não evoluiu com a empresa. Não exerce as relações sindicais porque não tem instância negocial com o sindicato em Brasília e só acata nossas propostas quando são determinadas pela justiça", afirma. Edson Simões explica, ainda, que a atual gestão da Dataprev tem feito pagamento do direito do trabalhador somente na justiça e é a que mais demandou ações na justiça em todos os tempos.
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