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24/08/2006 - Bolsa Família beneficia mais de 80 mil na capital federal

Carro-chefe do governo federal, o programa Bolsa Família, aumentou em mais de 40 vezes o número de famílias assistidas no Distrito Federal (DF), de 2003 para cá. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), no primeiro ano do governo Lula, apenas 2.060 famílias recebiam o auxílio na capital federal. Hoje, são 83.725 as beneficiadas, ou seja, 95,8% das famílias pobres do DF. Só este ano, já foram gastos R$ 23,8 milhões com o programa na região.

O Bolsa Família é um programa de transferência de renda que visa atender famílias pobres (renda mensal per capita de R$ 60 a R$ 120) e extremamente pobres (renda mensal per capita de até R$ 60). Para participar, é preciso cumprir algumas exigências. Os pais devem manter os filhos em idade escolar freqüentando regularmente as aulas. Também não podem esquecer de cuidados com a saúde, como seguir o calendário de vacinação das crianças com menos de 6 anos e a agenda pré e pós-natal de gestantes e mães em amamentação.

Segundo o sociólogo Vicente Faleiros, o crescimento do Bolsa Família não resultou, necessariamente, em uma redução dos números da desigualdade social no Distrito Federal. “A melhora não é tão perceptível estatisticamente, mas sim no cotidiano das famílias”, explica. Faleiros acredita que o programa contribui tanto na renda mensal dos beneficiados como na economia local. “Se a pessoa tem certeza de um determinado valor todo mês, vai poder gastar mais, principalmente a prazo”, conclui.

Cada família pode receber de R$ 15 a R$ 95, dependendo da renda mensal por pessoa e do número de filhos em idade escolar. Caso participe de outros programas de transferência de renda, é possível conseguir um benefício maior. A empregada doméstica Marilena Moreira mora de aluguel com suas duas filhas em um cômodo na Samambaia Sul, região administrativa do DF que fica a cerca de 30 quilômetros da Esplanada dos Ministérios. Ela possui poucos eletrodomésticos, como fogão, televisão e som. O liquidificador ela ganhou da patroa. A beneficiária do programa recebe um salário mínimo por mês e tem carteira assinada.

Marilena participa do Bolsa Família e do Renda Minha, programa de transferência de renda do Governo do Distrito Federal, e recebe R$ 100, além de dois pães e um litro de leite por dia pelas duas filhas, Sâmara, de 10 anos, e Laila, de 5. Mesmo sabendo que os benefícios são dados pelo governo, Marilena não sabe ainda em quem vai votar para presidente nas próximas eleições. “Não entendo essas coisas de política, nem sei quem são os candidatos”, afirma.

Essa ajuda faz diferença no orçamento mensal das famílias carentes. A diarista Claudeci dos Santos tem quatro filhos e não possui uma renda fixa. Mora no Novo Gama, entorno de Brasília, em uma casa de alvenaria, com quatro quartos, geladeira, fogão, televisão e rádio. Ela recebe R$ 45 do governo, pelos três filhos menores de idade: Suélen, 15 anos, Daniel, 9, e Raquel, 7. “Com esse dinheiro, eu consigo dar mesada para os meninos e eles decidem o que vão comprar”, conta.

Claudeci não pretende votar no atual presidente. Ela disse que não gosta do governo porque não consegue tratamento médico para Suélen, que tem insuficiência venosa crônica na perna direita. “Vou votar na Maria Helena (sic), porque ela é mulher”, disse se referindo à candidata Heloísa Helena (PSOL).

Apesar do crescimento, muitas famílias ainda estão a espera de uma vaga no programa. A empregada doméstica Severina de Jesus Sena se inscreveu para receber o benefício em fevereiro de 2006 e até hoje não conseguiu nada. “No início do ano, o pessoal do Pró-Família de São Sebastião (região administrativa do DF) chegou a passar na minha casa, mas não tinha ninguém. Eles nunca mais voltaram e disseram que a única coisa que posso fazer é esperar”, lamenta. Severina mora com o marido e os dois filhos. Wesley, de 11 anos, freqüenta a escola, já Gabriel, de 3, ainda está na creche.

A família vive com uma renda mensal de um salário mínimo e meio que Severina recebe pelo trabalho de doméstica. O marido Evanir Joaquim de Souza não tem renda fixa, mas ajuda nas despesas quando consegue algum serviço. Eles têm televisão, geladeira, liquidificador, fogão e som. “Não falta comida, mas quando preciso de outras coisas, como roupa, tenho que economizar”, explica. Quando questionada sobre a aprovação do presidente, Severina se mostra desapontada. “Está tudo tão ruim, que não consigo nem escolher meus candidatos. Ainda tenho que pesquisar mais”, diz.

Fonte: Portal Contas Abertas






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