Os trabalhadores e trabalhadoras da Dataprev correm sério risco de perder seu plano de saúde. O motivo? Irresponsabilidade da empresa, que há décadas ignora as reivindicações da categoria através de suas representações sindicais (Federação e sindicatos) no sentido de que houvesse paridade no financiamento da Geap, a exemplo do que acontece em outras categorias.

Nesses cerca de trinta anos de contrato entre a Dataprev e a Geap, foram inúmeras as tentativas das representações de dialogar e chegar a um financiamento mais justo do plano de saúde. Entrou governo, saiu governo, e a empresa permaneceu dormindo sobre o assunto.

Agora, diante do caos formado pela decisão da Geap de não renovar o contrato com a Dataprev, a empresa enviou no dia 15/12 o ofício CE CGTS 061/2020 para a Fenadados solicitando auxílio nas negociações com a operadora. Ora, não vamos esquecer que a situação chegou a esse ponto muito em função do alto custo do plano de saúde da Geap, que com aumentos extorsivos afastou muitos trabalhadores e trabalhadoras que não tiveram como arcar com valores muito acima de seu orçamento. Se a Dataprev tivesse ouvido as reivindicações sobre a paridade, certamente não chegaríamos a esse ponto.

Representações aceitam unir forças com a empresa em defesa do plano de saúde

As representações dos trabalhadores e trabalhadoras logicamente não fugirão da luta para manter o plano de saúde. A Dataprev pode contar com essa força, mas não basta fazer pressão sobre a Geap. Há muitos outros interlocutores que precisam entrar nessa negociação.

A proposta da representação dos trabalhadores e trabalhadoras é abrir várias frentes de diálogo, a começar pela Casa Civil da Presidência da República, cujo ministro chefe indicou o atual presidente da Geap, o general Ricardo Marques Figueiredo. Além da Casa Civil, devem ser procurados os ministérios da Economia e da Saúde, entre outros órgãos governamentais. 

A diretoria da Dataprev foi nomeada pelos mesmos atores que influenciaram na composição da diretoria da Geap, portanto não deve ser difícil conseguir canais de interlocução para que as representações dos trabalhadores atuem ao lado da empresa nessa ação conjunta para salvar o plano de saúde.

Por fim, é necessário saber, antes do início das ações conjuntas, em que cenário se deu a decisão de descontinuar o contrato da Geap com a Dataprev. Os conselheiros representantes dos trabalhadores e trabalhadoras foram ouvidos e tiveram poder de voto? 

Há muitas perguntas ainda sem resposta, e é fundamental que tudo fique esclarecido para que a luta pela preservação do plano de saúde para os trabalhadores e trabalhadoras seja vitoriosa. Nossa proposta é no sentido de que seja feito um documento conjunto (representações e empresa) a ser enviado aos diversos órgãos, com perguntas e propostas de solução para o impasse.

Fenadados, Sindicatos Filiados, Sindppd-RS e Sindpd-SC