A campanha salarial na Dataprev acontece nos moldes esperado pelas representações dos trabalhadores, pois esta realidade já foi vivenciada em passado não tão distante. E, dessa forma, os trabalhadores devem ficar atentos às armadilhas pregadas por esta gestão da Dataprev, tendo em vista que os prejuízos para os trabalhadores decorrentes de campanhas ruins, dificilmente são reconquistados, se tornando passivos intermináveis.

A previsão era de que este primeiro ano da reforma trabalhista seria muito duro, devido às maldades contidas no projeto aprovado, mas por outro lado existia uma esperança por também ser um ano eleitoral, o que poderia amenizar os efeitos mais perversos, deixando para o próximo ano, isto é, em 2019, as crueldades. 

Há quem diga que nosso ACT é um calhamaço de benefícios, porém, quem acha isso, não sabe que estes benefícios foram uma compensação aos direitos negados em outras campanhas e agora acha que temos muita coisa. Acha que é mordomia de empregado público. Para os trabalhadores das empresas estatais, a reforma trabalhista ainda não mostrou a que veio. Nas estatais o alvo é o Acordo Coletivo de Trabalho. Mas para isto o atual governo golpista com seus aliados, também golpistas, devem se eleger nas urnas, para reaver e manter o programa neoliberal, que já está instalado. A política de governo é apresentada via Sest, órgão do governo que determina para as empresas estatais o que pode e o que não pode ser negociado, sendo que a estratégia para o desmonte dos acordos coletivos seja traçada pelos próprios entes estatais, fazendo parte de uma pauta de governo que objetiva o enxugamento dos ACT´s.

Devemos analisar o momento com grande atenção, pois a implantação da reforma trabalhista começa a surtir seus efeitos. Por exemplo, o “Negociado sobre o Legislado”, leva a diretoria da empresa a definir suas estratégias no jogo e o Acordo Coletivo de Trabalho é o instrumento adequado para a prática da nova reforma

Esta estratégia pode ser definida pelo terrorismo, por exemplo, dizer que não dá nada, que não mais reconhece o acordo por ele estar vencido e depois apresentar uma proposta que, por mais que esteja longe do reivindicado, surte o efeito de que qualquer coisa é melhor que nada. Foi o que aconteceu!

Em Brasília, antes mesmo que a proposta estive analisada pela Fenadados, os gerentes pressionaram seus setores para a aprovação da proposta, passando a disputar com tudo e com todos os desejos do presidente. O jogo do poder tem um “vale-tudo”, que além de traição aos trabalhadores, tem também a disputa dos espaços para agradar os mais graduados. Neste início de gestão presidencial na Dataprev, é normal ver gerente querendo aparecer para o presidente mais que outros, pois quem se “doa” mais, vale uma posição mais confortável no quadro gerencial. Assim, vale disputar assembleia, falar mentiras e pressionar quem se encontra no evento, o que caracteriza o verdadeiro assédio moral.

A gangorra dos cargos de confiança (de nem tanta confiança) agora muda de posição e quem era oposição vira situação e assim quem sobe assume as mesmas ações que os anteriores contra os trabalhadores e passam a provar novamente o gosto do poder.

Vale lembrar o que está firmado no pré-acordo assinado em 31/03/2017 com todas as garantias e forte embasamento jurídico, favorável aos trabalhadores na manutenção dos seus direitos no ACT/2017, nas seguintes condições: 

“Cláusula Primeira– A Dataprev e a Fenadados acordam em garantir a database da categoria profissional em 1º de maio, independentemente de ser firmado Acordo Coletivo de Trabalho entre as partes ou de determinação de Sentença Normativa. 

Parágrafo Único– Fica acordado entre as partes que o Acordo Coletivo de Trabalho em vigor, manterá vigência até a assinatura do novo instrumento coletivo de trabalho.”

Mesmo assim, após todos os esclarecimentos, na medida do possível, os trabalhadores exigiram do SINDPD-DF o encaminhamento, em assembleia deliberativa realizada no dia 11/05, a aceitar e aprovar a proposta da empresa. Mas vale dizer que qualquer retirada de benefícios previstos no referido acordo será de exclusiva responsabilidade da empresa.

Na reunião do Comando Nacional de Campanha Salarial 2018 / 2019, realizado no dia 10 de maio e após a verdadeira análise do que foi proposto, a Coordenação de Campanha decidiu encaminhar pela Aprovação da Proposta. Mesmo entendendo que esta proposta está muito aquém do que é reivindicado, há de se levar em conta a vontade dos trabalhadores, submetendo esta proposta às assembléias nos estados para aprovar ou reprovar, levando-se em consideração a maioria.

Na assembleia no dia 11/05/2018 (sexta feira) às 10hs40m, por sua maioria os trabalhadores da Dataprev em Brasília aprovaram a proposta da Dataprev, assim como os demais estados também em sua maioria. Agora ... é correr pro abraço.